Fala galera, tudo bem?!
No mês de Setembro, a Amental Fishing foi convidada para ir conhecer o projeto TUNA 48 localizado em Sergipe, ali durante a primeira conversa via telefone já comecei a criar um filme em minha cabeça, o bicho ia pegar se metade do que estávamos conversando acontecesse.
As informações pelo Alexandre Pesca Bruta, responsável pelo projeto juntamente com o capitão Robério eram baseadas em brigas com peixes gigantes, brigas que levavam horas e revezamento por parte dos pescadores; troféus e mais troféus .. pois é, as únicas pescarias e relatos próximo a isso que eu tomei conhecimento eram sobre viagens ao Panamá onde o custo é altíssimo, ou seja, fica apenas para um sonho pois estava muito longe da minha realidade.
Tudo acertado, já tínhamos uma data e chamei meu amigo Felipe para ir comigo pois ele tinha uns dias de férias e começamos a preparar os materiais, um agradecimento mais que especial ao meu amigo Daniel Koga do qual emprestou todo o equipamento necessário para realizar esta pescaria, ao Leal Custom Rods um abraço pois ele também ajudou prontamente confeccionando as varas que o Felipe levou para essa pescaria.
A ansiedade a mil, contagem regressiva, material preparado.. chegou o dia e partimos para Aracaju! Descemos do avião e fomos direto para a lancha que já estava preparada, abastecida e pronta nos aguardando para o embarque onde o capitão Roberio apenas nos aguardava para sair na boca da barra do rio Sergipe.
A descontração era total á bordo, a expectativa não preciso nem dizer, vocês são pescadores e vocês entendem perfeitamente. Um dos pontos que impressiona nessa pescaria, são os tamanhos das iscas e anzóis que utilizamos nelas; todo o review deste equipamento está no vídeo
A pescaria teve seu inicio a noite onde utilizamos jigs glow, para quem não está habituado com tal material, são iscas que tem uma refração luminosa igual ao botão de tomada, ele armazena luz e em escuridão total ele emana essa luz, ou seja, parece um vagalume na água atraindo os peixes. Utilizamos também popper com e sem a tinta glow para a pescaria de superfície, onde tivemos algumas ações de muitos peixes, porém nenhum desses eram monstros.
Vale ressaltar a nossa profundidade que passavam dos 1000 metros, local com extrema riqueza de peixes, e claro: os Atuns reinam soberanos.
A pescaria de jig se apresentou absurdamente versátil, praticamente um peixe a cada 2 ou 3 descidas. Jig variando de 200 a 300 gramas, assistent hook 10 e 11/0, linhas que variam de p6, p8 e p10 .. sim lá o papo é sério e os anzóis são extremamente reforçados, não se sabe quando o monstro vai aparecer.
Algumas arabaianas de tamanho muito bons (JEAN FOTO 1 E 2) bateram no jig, garantindo o sashimi do jantar e também as risadas e muita atividade a bordo. O Ale Pesca Bruta (FOTO3) 2 dias antes da minha chegada engatou no popper um monstro que rendeu boas horas de briga, e o seu xará Ale Alves (FOTO 4) engatou este outro monstro também no popper.
Como se não bastassem os Atuns monstros que saíram, após a volta do almoço no qual o barco neste momento fica á deriva, efetuaram um rápido corrico até ao ponto de pesca onde engataram este grande troféu.. um Marlin pesando em torno 250kg. (FOTO 5)
Ao amanhecer o capitão Roberio já disse: - Se prepare que o horário dos monstros está chegando!. A esta altura eu já não duvidava de nada, era bom estar atento. Durante a sessão de arremessos ao trabalhar a isca, levei uma porrada de algum peixe do qual não vi, não segurei e não sei o que era.. apenas segurei o cabo da vara com toda a força para não perde-lá e o capitão Roberio gritava: - Este é grande, este é grande!!!, e eu assistindo o meu carretel de linha esvaziando e subitamente sinto um tranco na linha e toda aquela pressão acabou, o peixe havia escapado. Eu não acreditava como era possível de tamanha força e velocidade do peixe indo em direção ao fundo, porém continuei a efetuar os arremessos e esse peixe teve mais sorte do que eu.
Continuamos a pescar peixes de menor porte, um após o outro, é impressionante a quantidade de ação que tem na superfície cerca de um peixe a cada dois arremessos. Passamos o dia assim, pescando peixes menores na esperança do monstro. No amanhecer do segundo dia retomamos a pescaria de popper e de jig simultaneamente, a ação é total e tudo na mais perfeita ordem, brincadeiras e zoeiras rolando o tempo todo e muito peixe na linha, até que começou a gritaria. O capitão gritava para um dos pescadores , o Beto, para ele segurar e regular a fricção, eu escutei essa frase umas 8 vezes porém ele estava na proa da lancha e eu como estava no fundo na popa, não tinha visão do que estava acontecendo; a lancha é grande, são 41 pés e tem espaço de sobra, eu já estava pensando: - Agora a parada ficou séria, e realmente eu não estava errado. Todos a mando do capitão tiraram as linhas da água pois a ordem era uma só, coloquem as luvas e os cintos, ai meu amigo..depois de ouvir isso, você tem certeza de que o bicho vai pegar.
A batalha estava só começando, todos preparados de luva e cinto, linhas recolhidas e eis que aparece o Beto com o peixe fisgado vindo pela lateral do barco se segurando com podia; e o capitão Roberio auxiliando ele a manter o equilíbrio, se vale como explicação para que vocês possam ter uma ideia da força desse peixe; se a pessoa caísse na agua amarrada ao equipamento .. você nunca mais veria a vara e nem o pescador.
Começou o revezamento, enquanto eu gravava a briga e as pessoas que estavam trabalhando o peixe, eu recebia orientações do capitão Roberio de como trabalhar o peixe assim que chegasse a minha vez. São modalidades distintas, cada qual tem o seu macete, dicas de como respeitar a corrida do peixe, regulagem de fricção e força aplicada na vara; qualquer descuido pode colocar um ponto final na briga do tão sonhado troféu.
Passamos duas horas de briga intensa com este peixe e 5 pessoas revezando o equipamento, eu particularmente nunca havia tido experiência parecida, é extremamente cansativo, o peixe tem uma força absurda e ele não se entrega , para o peixe é a batalha de uma vida para nós pescadores o sonho de um troféu.
Pelo primeiro momento conseguimos visualizar o peixe e posso garantir era muito maior do que todos do barco tinham imaginado, era um verdadeiro monstro. A tremedeira se fez presente, já não bastava tremer os braços de tanto fazer força para segurar o peixe , agora a tremedeira eram nas pernas ao ver o tamanho do bicho.
Arpoamos o atum, laçamos a sua calda e ai você tem certeza de estar participando daqueles programas internacionais de pesca do Discovery. Peixe embarcado, adrenalina a mil como em poucas pescarias eu já havia sentido, durante um tempo eu parei para observar o peixe no convés do barco e tentar assimilar toda aquela situação, é uma experiência única. Não sou um bom escritor, mas para quem quiser ter uma ideia do que foi essa briga na íntegra o vídeos está no meu canal do Youtube – Jean Amental https://www.youtube.com/channel/UCm-ojgh3D3_Wm2S3I1516EA
Preciso sem sombra de duvidas agradecer ao capitão Roberio e TUNA 48H primeiro pelo convite, segundo por compartilhar seu vasto conhecimento; e posso dizer : Das duas ..uma; ou o capitão é vidente ou ele conversa com os peixes. Durante a viagem de ida até ao ponto de pesca fui conversando com o capitão sobre o que poderíamos ver, encontrar e enfrentar nesta pescaria e ele falou passo a passo do que iria acontecer, o que ele iria fazer para termos sucesso e até o horário que teríamos sucesso; ele tinha mais certeza de pegarmos um monstro durante o dia do que durante a noite; realmente o que foi falado ele acertou em cheio, muito obrigado! Foi o maior peixe que vi ao vivo até hoje, e sou muito grato por isso.
Jean Coqui